quarta-feira, 15 de julho de 2009

Feliz meu aniversário

O final do ano é, geralmente, o momento escolhido pelas pessoas para refletirem sobre vida, futuro, estabelecer metas. É a estação das promessas nunca cumpridas, dos votos sempre quebrados e das metas jamais atingidas.


Quantas vezes paramos de fumar no natal, ou iniciamos um regime na virada do ano? E assim já fizemos promessas de iniciar projetos de estudo, reformar a casa, trocar de carro, mudar de vida!


Comigo, no entanto, a coisa funciona diferente. Não que eu não me engane como todos, mas meu clock marca esse encontro com a consciência, não na virada do ano, mas na data do aniversário.


Hoje, 15 de Julho de 2009, às 10:38 da manhã, estou nesse momento. Rola um lance que alguém já definiu como sentimento oceânico. É como uma sensação de estar só, flutuando num colchão líquido de sonhos, dores, medos, angústias e alegrias.
Estou, como todo ano, muito reflexivo. Acho que minha inclinação a reflexividade é diretamente proporcional ao acréscimo das primaveras e traz consigo, pelo menos hoje, uma inclinação ao “intimismo”.


Não raro ando pensativo, ando desejoso de estar mais tempo comigo, só comigo, estendendo essa companhia a Deus no máximo. E como Drummond disse, há mais amigos em nós mesmos do que imaginamos.


Na teia no retirante, muitas lembranças se emaranham e a vida me perpassa a memória ora fustigando, ora como bálsamo, ora animando para projetar, ora estimulando o desistir... E é assim que vou. Não sei muito bem para onde, mas vou. Quer dizer, acho que tenho uma vaga idéia, mas mesmo assim vou.


Peço desculpa a todos pois meu espetáculo tem acontecido à coxias fechadas, onde tenho me reinventado num monólogo de vários personagens e buscado ser a melhor versão de mim mesmo.


Definitivamente se não tenho sido uma boa companhia: culpa, minha culpa, minha máxima culpa!!!


É que quem me vê, não vê a mim, mas o caleidoscópio que estou. E dependendo da parte onde você fixar seu olhar, as matizes e texturas podem parecer estranhas, mas se você tiver paciência, verá que não é bem assim, pois parte não é todo, e todo não é visto se não por quem está do lado de dentro de mim.


É assim que chego aos 29 anos, bastante cansado, mas chego. Re-avaliando na vida, o que de fato vale a vida, inquirindo de tudo o seu valor e importância. Tudo e todos estão “sub judice”, inclusive você que lê essa catarse. Quem é você pra mim e quem eu sou pra você ? o que você representa pra mim e o que eu represento para você ? qual o meu lugar em ti, e qual o seu lugar em mim ? Ainda não sei, me diga você. Vamos, me cure desta sanha do não saber.


Não sei, de fato e verdade não sei. Na dança das cadeiras na minha “cardia”, há pouquíssimos lugares definidos, a saber Deus, Eliana, Caio, mãe e sogra (que também é mãe), no mais, todos estão dançando.


Ah, que música ? não, certamente não é Thriller ! Acho que isso fica a seu cargo. Se quiser, se puder, se achar por bem. Ou se preferir, dance ao som do silêncio, por vezes é o melhor que se pode ouvir. Mas saiba que, seja como for, você está dançando e se quiser sentar é bom se apressar, pois na dança, sempre sobra alguém.


É, é assim que eu vou. Quer vir junto? já te digo que não tenho carro e nem pressa, só tenho a mim e se isso te basta... venha. Também não traga nada, pois você é tudo que preciso, só você. Deixe a bagagem e venha. Pra onde? Não sei. Quer dizer, acho que tenho uma vaga idéia, mas mesmo assim vou.


Talvez a Ana Carolina esteja certa 02 vezes:


“...minha procura por si só já era o que eu queria achar...”


“... já sei olhar o rio por onde a vida passa, sem me precipitar e nem perder a hora, escuto o silêncio que há em mim e basta, outro tempo começou PRA MIM AGORA, vou...”


Feliz meu aniversário!

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