sábado, 24 de abril de 2010



Eu, meu Ipod e o Reino

Há mais ou menos 1 mês eu adquiri meu novo brinquedinho, um Ipod nano de 8GB. Pretinho, fininho, levinho e super prático, rapidamente foi elevado da categoria “acessório” para a “indispensável”. Tirando a chatice de só poder ser atualizado pelo Itunes, o bichinho é fera.

Bem, como a intenção não é postar um texto técnico sobre as funcionalidades do Ipod, vamos ao que de fato me pôs aqui, diante desse computador, para escrever.

Caminhando distraída e despretensiosamente pela rua, ouvindo uma música agradabilíssima (Jamie Cullum), minha mente simplesmente voou e literalmente me desplugou da realidade ao redor
. Andei por vários quarteirões ao som daquela música envolvente sem nem mesmo me dar conta para onde estava indo.

Meus pés se movimentavam um após o outro como que numa sequência ritmada e cadenciada, e quando me dei conta, alguns muitos minutos depois, eu estava numa rua que não sei bem o porquê, rindo e dançando automaticamente, num momento raro de alegria espontânea e imotivada, enfim, eu surtei por um tempinho e foi D – E – L – I – C – I – O – S – O.

Só então, quando devolvido dessa abdução, me dei conta de que as pessoas me olhavam com espanto sem saber o que estava acontecendo.

Tirei então os fones de ouvido e estranhei. Barulho, fumaça, muros pixados, criança chorando, pessoas brigando... A leveza se foi, a alegria acabou, eu parei de andar e num instante me dei conta de que era uma pessoa como outra qualquer.

Já sei, você se pergunta o que isso tem a ver com o evangelho não é ? Tudo, eu te digo.

Quando comecei a ouvir a música, uma coisa que não sei explicar bem aconteceu. Uma revolução completa, que não podia ser vista por ninguém, nem por mim, nascia de dentro pra fora.

Não é assim com evangelho da graça que nos anuncia o Reino de Deus ? Esse Reino, segundo Jesus, não vem com visível aparência, é colocado dentro do coração do homem e ao nascer, começa um processo de re-ordenação da bagunça que estava instalada.

Também é fato que as mudanças que o Reino provoca dentro de nós, não são, num primeiro momento, vistas por ninguém.

É no íntimo do coração, nas áreas onde ninguém nos conhece, nos porões de nossa alma, que o Reino penetra e começa a mudar concepções, antipatias, rancores, feridas, cismas, manias perversas, opiniões estranhas, paradigmas.

A ebuliência interna que nos habita é paradoxal e controversa, pois é intensa por dentro mas serena por fora. É queridos, só nós e Ele sabemos o que em nós Ele mudou, só nós e Ele, nobody else.

Porém é inevitável que as mudanças externas aconteçam e logo sejam notadas pelos outros. É assim que o Reino de Deus faz e logo começamos a andar mais leves, felizes.

Naquele momento em que ouvia minha música, nada no meu universo exterior havia mudado. Meus problemas continuavam os mesmos, minhas dores ainda existiam, minhas contas não foram pagas e nem meus obstáculos foram vencidos, nada mudou, mas EU MUDEI.

O Reino de Deus faz isso. Muda o homem e não necessariamente suas circunstâncias. Assim é que entendo o que Paulo quis dizer quando escreveu que nada pode nos separar do amor de Deus. Parafraseando-o, nem desemprego, nem rejeição, nem injustiça, nem solidão, nem sobejando, nem escassez, nem morte, nem doença, nem frustração, NADA!!! Quem caminha sobre esse chão, tem a certeza de que o amor do Pai é maior que tudo.


As pessoas a minha volta não entenderam porque eu dançava ou ria, e nem podiam. Elas não ouviam o que eu ouvia, não sentiam o que eu sentia, não viviam o que eu vivia.


O Reino de Deus é esse convite pra conectar o coração a Jesus e deixar rolando a canção do amor Do Pai em todas as situações. Viver no mundo, sem ser do mundo, nada tendo, mas tudo possuindo.

Sorrir, quando o normal é prantear. Andar quando se devia estacionar, perder quando todos querem ganhar, acolher quando o comum é rejeitar, ser menos onde todos querem ser mais. Crer contra o que se vê, andar no escuro, avançar pela fé. Calar por amor, ouvir com carinho, entender diferenças e viver em paz.

Eu sei que no mundo ainda passarei por muitas coisas, mas enquanto eu puder ouvir a voz do Pai no meu coração, estou certo de que ainda que ninguém entenda, os problemas permaneçam, e eu não saiba nem para onde vou, eu posso sorrir e dançar, pois Ele está comigo, então tudo vai bem.

Faça você essa experiência, ponha os fones do evangelho e ouça a voz do Pai cantando uma música especial, só pra você. Então descubra que dançar não tem idade e que sorrir, ainda é, o melhor remédio.

4 comentários:

Daniel De Luca disse...

Brilhante texto!

Vou colocar o fone aqui e curtir de novo esta leitura...

Um grande abraço!

Daniel

Eric Jóia disse...

Obrigado meu amigo pelo incentivo e paciência na leitura dos meus textos. Você é sempre MUITO bem vindo por aqui.

Beijo no coração, seu e da Dani.

Sergio Filho disse...

Eu tb ganhei esse "ipod" - um conteúdo de vida e de música do céu - e o melhor desta experiência é saber que ela é fruto de um amor que excede o nosso entendimento mas que de maneira misteriosa nos dá sentido de vida. É por isso que digo que só vê ( ou só ouve a musica ) quem está dentro ( ou com o "ipod" no coração). E não custa nada!!!

Parabéns pelo texto. Inspirador.

Sergio

Eric Jóia disse...

Que bom 3 vezes Sérgio.

1º Pq vc veio aqui, fique `Pa vontade.

2º Pq vc tb ganhou o IPOD, kkkk.

3º Pq é de graça, hehehehe.

Beijão pra vc.

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